Reuters
A presença de militares chilenos nas ruas de Concepción ajudou parcialmente a restabelecer a ordem depois de uma onda de saques em uma das cidades mais afetadas pelo terremoto que atingiu o Chile no sábado.
No domingo à tarde, logo após uma onda de saques a supermercados, lojas, postos de combustível e farmácias, a presidente Michelle Bachelet decretou estado de exceção, o que permitiu o envio de militares às ruas para manter o controle. Além disso foi anunciado um toque de recolher, pela primeira vez, em 20 anos de democracia.
Em Concepción, uma das zonas mais afetadas pelo terremoto, os militares patrulharam a cidade, pedindo identificação inclusive da imprensa que dormia em seus carros na rua. Nas cidades próximas, a população denunciou tentativas de roubo às casas e assaltos entre aqueles que dormiam nas ruas.
"Aqui, as pessoas subiram nos telhados das casas para tentar roubar alguma coisa e mesmo que os vizinhos tentem se organizar, saindo para pedir ajuda, não tem ninguém, nem militares nem carabineros (polícia)", disse uma residente da cidade de Lota à rádio Biobío.
Perto de Lota, o terremoto provocou a queda do muro de uma cadeia de onde 50 presos fugiram, uma situação que também se repetiu em outros centros de detenção da região.
Os militares proibiram o trânsito de pessoas a partir das 21h até 6h de segunda-feira e patrulharam a cidade de Concepción em caminhões de guerra cheios de soldados paramentados, uma imagem que lembrou os tempos da ditadura de Augusto Pinochet.
"O que podemos fazer, se nós tempos paus para nos defender e eles vem armados", disse um morador de Coronel, onde a população se organizou para proteger os bens que não perderam durante o terremoto. Segundo o subsecretario do Interior chileno, Patricio Resende, foram feitas 160 detenções na noite de domingo.
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