domingo, 30 de maio de 2010

Comentário do Evangelho

Deus conduz a sua criação à plenitude

Deus conduz a sua criação à plenitude com uma admirável paciência histórica. Não em sete mais sete dias (criação e redenção), mas em milhares de anos, ao longo da história. Com estilo poético, na tradição bíblica, a Sabedoria do Criador é apresentada de maneira personificada em sua relação com a criação (cf. primeira leitura). O Criador, Deus Pai, fez os céus e a terra. Sobre a terra, a humanidade. A humanidade, em íntima comunhão com o universo, ao Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo. Santíssima Trindade longo do tempo desenvolve-se no ritmo de flores que desabrocham, um dia por mil anos. Vive suas experiências culturais, religiosas e socioeconômicas. Dentre estas experiências, o mundo cristão ocidental destaca a experiência político-religiosa de Israel. No devido tempo, Deus revela sua presença na história, em Jesus, seu Filho amado, homem entre os homens e mulheres. É concebido e nasce aquele que é a plenitude da vida. Jesus, entre 33 e 36 anos, vive na Galileia, região de cultura híbrida greco-oriental-judaica. Revela ao mundo o Reino de Deus e o Pai e envia aos discípulos o Espírito Santo, comunicador do amor e da vida eterna. O Paráclito, Espírito Santo, permanece nos discípulos reunidos em comunidades. A sua presença nos discípulos é também a presença do Filho, presença real. Presença oculta aos nossos sentidos carnais, porém percebida na fé e nos corações. Presença dinâmica que impele as comunidades à missão do anúncio e do testemunho do Reino de Deus ao longo da história. As comunidades continuam o ministério revelador de Jesus.

Deus é Trindade, é a plenitude do amor, na eternidade. O amor se manifesta no tempo e permanece na eternidade. Deus é amor e o amor é transbordante. Deus quis comunicar seu amor aos homens e mulheres por ele criados. Aqueles que acolherem este amor comunicador e a ele se unirem passam do tempo para a eternidade, em comunhão com Deus em sua vida divina e eterna. À Trindade são associadas as três virtudes teologais: a fé, a esperança e o amor/caridade (segunda leitura). No Cristianismo, a justificação pela fé já fora um dom de Deus a Abraão. A esperança da glória de Deus nos foi revelada pelo Filho, Jesus. O amor, que é a concretização da glória de Deus, é consumado, na história, nas comunidades dos fiéis, pelo Espírito Santo derramado em nossos corações.

José Raimundo Oliva

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