quinta-feira, 14 de maio de 2009

MENTIRAS QUE SOLAPAM A FÉ DOS FRACOS


O Ocidente vai se descristianizando a olhos vistos. Mais ainda: há hoje um desejo doentio de desmoralizar a memória de Jesus Cristo. É o modo de desenraizar a cultura ocidental de tudo que recorde Jesus Cristo… Atacar a Igreja já não basta: agora ataca-se o cristianismo e o próprio Jesus. É o que se viu no famigerado Código da Vinci, num descartável Evangelho de Judas e por aí vai… Agora inventaram ter descoberto os restos mortais de Jesus: dele, de sua esposa Maria Madalena e de pelo menos um filho seu: Judas!

Em breve irá ao ar pelo canal Discovery - que gosta de atacar o cristianismo e a Igreja – um documentário “A Tumba perdida de Cristo”. É do mesmo autor do filme Titanic, James Cameron.

Eis os fatos por trás do tal documentário: Em 1980 foi encontrada uma tumba em Talpiot, ao norte de Jerusalém. Nela foram encontrados dez ossários em seis dos quais estavam inscritos nomes muito comuns na Terra Santa de dois mil anos atrás: Yeshua Bar Yosef (Jesus filho de José), Marya e Martha, Mati (Mateus), Yofe e Yehuda Bar Yeshua (Judas filho de Jesus). Bastou isso para afirmar-se, de modo totalmente fantasioso e irresponsável que se tratavam dos restos mortais de Jesus e sua família. Seria um tiro certeiro, mortal, sem apelação no coração do cristianismo: “Se Cristo não ressuscitou, vazia é a nossa pregação, vazia também é a vossa fé!” (1Cor 15,14).

Ora, arqueólogos sérios e respeitados de todo o mundo e, de modo particular, de Israel, mostraram-se indignados com essa história toda. O Dr. Amós Kloner, cientista judeu e primeiro arqueólogo a ter examinado a tumba afirmou categoricamente: “Estão somente querendo ganhar dinheiro!” O professor Kloner repetiu em diversas declarações à imprensa que não acredita na hipótese defendida pelo documentário televisivo. “Não é provável que Jesus e seus familiares tivessem uma tumba de família. Jesus era de uma família de Galiléia, sem ligações com Jerusalém, enquanto a tumba de Talpiot pertencia a uma família da classe média do século primeiro depois de Cristo”, disse ele recentemente ao jornal Jerusalém Post. Além do mais os nomes escritos nas urnas eram muito comuns há dois mil anos atrás. Para o arqueólogo israelense “não há prova alguma” de que a tumba de Talpiot possa ser ligada a Jesus, e a tese desenvolvida é “um absurdo”.

Também Stephen Pfann, estudioso da Bíblia na Universidade da Terra Santa, em Jerusalém, e entrevistado no documentário, prefere não dá muito valor à descoberta. Diz ele: “Não creio que os cristãos acreditarão nisso”, acrescentando que ele mesmo não estava seguro nem sequer que o nome de Jesus tenha sido lido corretamente no ossuário: “Mais provavelmente se trata do nome Hanun”. É de se perguntar: Se Jesus realmente tivesse sido sepultado em Jerusalém com sua família num mausoléu familiar, como é que os cristãos conseguiram espalhar entre os judeus e pelo mundo inteiro a “mentira” da sua ressurreição? Por que, então, os judeus não contradisseram os cristãos, passando no nariz deles os restos mortais do defunto que eles diziam estar ressuscitado? Basta 1g de inteligência para rir das tolices que o Discovery divulga para ganhar dinheiro!

Basta que recordemos um pouco: Há alguns anos atrás uma outra urna fúnebre, de propriedade de um controvertido israelense, foi apresentada como aquela de “Yaakov Bar Yosef Ahi Yeshu” (Tiago filho de José, irmão de Jesus). Pronto! Ao que tudo indicava, a Virgem Maria tivera outros filhos e, quem sabe, Jesus seria filho carnal de José! Diante do clamor internacional, a urna foi estudada por especialistas israelenses, os quais concluíram, em 2003, que o ossário parecia ser realmente do século I aC, mas a escrita suscitava fortes dúvidas, seja pelo tipo de caligrafia seja pelo conteúdo seja pela poeira que a cobria. Um relatório apresentado então ao Kenesset, o Parlamento Israelense, estabeleceu que a inscrição era falsa; simplesmente não se sabia nada sobre quem fora colocado naquela urna…

Eis, portanto, toda a questão da tumba de Jesus, que a Globo apresentou na semana passada com muita solenidade! Somente bobagem, somente pseudo-ciência, somente mentiras… Mas, que pensar de tudo isto? Certamente, no próximo mês ninguém falará mais dessa bobagem, como já não se fala mais do Código Da Vinci. Mas, o problema não é este; é outro.

Todas estas notícias, repetidas, inventadas, requentadas, divulgadas com estardalhaço, vão minando pouco a pouco na grande opinião pública a credibilidade do cristianismo. Ora, num mundo que bombardeia a Igreja e os cristãos por causa de tantas questões éticas como aborto, divórcio, casamento gay, eutanásia, manipulação genética, utilização de embriões para aquisição de células-tronco, etc, todos este sensacionalismo e toda esta difamação em torno de Jesus somente fazem enfraquecer ainda mais a já pálida consciência cristã da cultura ocidental.

Não falo tanto dos cristãos que vivem sua fé; falo daqueles “cristãos culturais”, aqueles que são cristãos simplesmente porque nasceram numa cultura cristã. É aqui que reside o maior problema dessas reportagens falsas: o restinho de marca cristã que ainda permanece no Ocidente vai sendo totalmente destruído… Ficará o nada, o vazio moral, um nihilismo triste e destruidor. É que o homem não pode arrancar Cristo do seu coração, do coração de sua cultura sem sofrer graves conseqüências… Só nele está a vida, só nele a luz e o caminho da humanidade!

Côn. Henrique Soares da Costa

Padre Henrique

Retirado do blog Apelos do Ceu

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