Raphael Leal
Canção Nova Notícias, DF
O secretário-geral da CNBB, Dom Dimas Lara Barbosa, lamentou nesta quarta-feira, 7, o adiamento da votação do Projeto Ficha Limpa e incentivou as pessoas a se mobilizarem para que o desejo do povo seja respeitado.
Nas próximas duas semanas, o texto do projeto deve passar por eventuais mudanças. As propostas foram encaminhadas para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que tem até o dia 29 para aprovar um parecer sobre as alterações.
Enquanto os deputados debatiam algumas propostas no plenário da Câmara, um projeto já estava fora de votação causando insatisfação dos movimentos participantes.
"Isso amputa nosso projeto, a sociedade brasileira não aceita esse tipo de coisas e nós queremos um parlamento digno do povo brasileiro", disse a secretária executiva do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), Jovita José Rosa.
Para o relator do projeto, deputado Índio da Costa (DEM/RJ), "existem parlamentares querendo criar uma instância depois do STF. E é inacreditável, não entenderam nada do conceito do projeto, da vontade da opinião pública".
Do outro lado, um dos partidos responsáveis pelo adiamento justificava as alterações necessárias. "Nós somos favoráveis a haver um aperfeiçoamento, porque como está, o direito de defesa fica cerceado", afirmou o deputado Fernando Ferro (PT/PE).
O presidente da Câmara, Michel Temer, foi categórico e afirmou que o projeto será votado e aprovado para as próximas eleições. "Esse projeto vai ser aprovado agora e, eu suponho, que muito brevemente, o Senado também o apreciará e vai aprovar".
Ele fez questão de se reunir com os representantes para apaziguar a discussão.
Para o secretário-geral da CNBB, Dom Dimas Lara Barbosa, "o que nós vimos de vantagem é o fato de que, na reunião dos líderes na manhã de ontem, 7, o presidente da Câmara, Michel Temer, conseguiu aprovar a promessa de que, se a CCJ não apresentar a conclusão dos seus trabalhos em duas semanas, ele pode como presidente chamar para si, o trabalho, para o plenário".
Com o adiamento fica mais difícil que o projeto Ficha Limpa entre em vigor ainda nas eleições deste ano. Segundo Dom Dimas, o momento agora é de uma verdadeira mobilização popular.
"Nós pretendemos já, começar a trabalhar no Senado. Já o preparando para receber em maio o projeto. Então, teoricamente, é possível que ele seja aprovado antes das comissões partidárias do mês de junho. Mas o tempo cada vez fica mais estreito. Cada um dos nossos cidadãos e cidadãs, são convocados agora a se mobilizarem, manifestando pessoalmente e, se possível, até publicamente, aos seus parlamentares, o que é desejo do povo", afirmou o bispo.
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