sexta-feira, 16 de julho de 2010

Comentário do Evangelho

Fazer a vontade do Pai

Esta narrativa cria uma tensão quando Jesus fala às multidões enquanto, do lado de fora, ficam sua mãe e seus irmãos, que procuram falar com ele. O que está em foco é uma reformulação da família em vista do cumprimento da vontade do Pai, conforme pedimos na oração do Pai-Nosso. A conversão pessoal implica a conversão da família. Uma renovação dos valores supõe uma reformulação das relações familiares. No Judaísmo são os laços sanguíneos que constituem os elos genealógicos que vinculam às origens abraâmicas de povo eleito. Jesus apresenta como critério de pertinência à sua família divina não os laços sanguíneos, mas o cumprimento da vontade do Pai, que está nos céus. De um modo mais geral, as tradições familiares são perpetuadas em vista da posse de bens, gozo de privilégios ou de submissão à ordem das estruturas da sociedade injusta. À medida que a família se compromete com fazer a vontade do Pai, ela se abre para a partilha, a solidariedade e a acolhida aos mais excluídos, sem preconceitos e com amor transformador. Maria, acompanhando seu filho, guardava em seu coração tudo que observava e ia amadurecendo sua compreensão a respeito da revelação de Jesus.

José Raimundo OLiva

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