
O bispo de Angra (Portugal), Dom António de Souza Braga, considera que o jejum quaresmal constitui um apelo à sobriedade de vida.
Em uma Mensagem de Quaresma difundida (...) por Agência Ecclesia, Dom António de Souza recorda que «a caminhada penitencial da Quaresma deve levar-nos ao sentido originário do nosso batismo e às suas implicações concretas na vida do dia-a-dia».
“Através das práticas penitenciais, na linha da tradição bíblica: oração, jejum e esmola. Que caracterizaram sempre a caminhada quaresmal. Como expressão de conversão interior. De mudança na maneira de pensar e de agir”, explica.
Segundo o bispo, nesta Quaresma do Ano Paulino, «somos convidados a uma leitura orante das Cartas de S. Paulo, que nos ensinam como ser cristãos, discípulos fiéis de Cristo e apóstolos audazes do Seu Evangelho».
“Neste mundo conturbado, à procura de um novo rumo, não há que ter medo de apresentar o Evangelho de Jesus, como caminho de progresso humano”, afirma.
O bispo de Angra considera que ler a realidade à luz da fé “leva-nos a olhar para o momento presente, com os seus problemas e dificuldades, como ‘tempo favorável’, tempo oportuno de graça: kairós”.
Uma oportunidade para um salto de qualidade na civilização humana. Que vai, sem dúvida, custar sacrifícios. Mas que é caminhada para uma vida com abundância, conforme a promessa de Jesus. Que nos empenha e compromete.
Nesse contexto, o bispo convida os fieis à prática do jejum. Jejuar não é apenas abster-se de alimentos. O jejum constitui um apelo à sobriedade de vida. À contenção no consumo.
Isso também em vista de uma maior partilha e entre ajuda. Tão necessárias no mundo em que vivemos. Onde cresce o fosso entre ricos e pobres. Onde há famílias, que precisam de solidariedade efetiva.
Segundo o prelado, como o Bom Samaritano, temos de nos fazermos próximo de todo o irmão que precisar de ajuda.
É esse o sentido da prática tradicional da esmola. Que, às vezes, assume um significado pejorativo. Originariamente, era - e deve continuar a ser - expressão de solidariedade: ter piedade, capacidade de se compadecer, de sofrer com, explica.
De acordo com o bispo, foi assim o amor de Deus. Como Cristo no-lo revelou. Assim deverá ser o amor do próximo. No tempo e no lugar. Aqui e agora.
Fonte: ZENIT.org
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